de cada vez que chega a uma cidade, procura o mar. se não encontrar o mar, procura um lago, se não, um rio. não há cidades sem mares, ou lagos, ou rios. ou não são cidades. não é possível que homens se estabeleçam, alguma vez, permanentemente, distantes da água. ou não são homens.
um dia atravessou um oceano e chegou pela primeira vez àquela cidade. mais tarde, voltou à cidade tantas vezes que ela já o abraçava, a cidade. mesmo quando lá não volta, continua a voltar, a ser abraçado. neste permanente retorno, encontra-a como a encontrou no dia, esse dia. a avenida grande como o espanto, o mar que o crepúsculo alquimizou, o aroma da brisa jovem.
encheu os olhos de mar, até se marejarem, voltou-os depois para a encosta, cravejada de luz, fonte de onde nascem as estrelas. o céu desceu e é aqui, pensou. regressa lá, quando quer encontrar o seu ponto de fuga. a esse dia, a essa hora, àquela encosta que era afinal um céu, àquele céu que era afinal um mar. regressa. amoravilhado.
encheu os olhos de mar, até se marejarem, voltou-os depois para a encosta, cravejada de luz, fonte de onde nascem as estrelas. o céu desceu e é aqui, pensou. regressa lá, quando quer encontrar o seu ponto de fuga. a esse dia, a essa hora, àquela encosta que era afinal um céu, àquele céu que era afinal um mar. regressa. amoravilhado.